Outro dia li um artigo de Ricardo Prado (2003) em que ele fala da época de “informívoros” que nos encontramos. Ele diz: “Nunca houve tanta informação, tão rápida e tão disponível para tanta gente”. Não é verdade? Tudo que queremos saber está a um clique. Antigamente era um sacrifício. Se você queria saber a capital de um país e não tinha uma enciclopédia em casa, tinha de andar quadras e mais quadras até a biblioteca mais próxima de sua cidade, se tivesse uma, para pesquisar.
A era do D.G. (Depois do Google) mudou tudo. No entanto, as pessoas mudaram? Tenho visto nas escolas a mesma desculpa para deixar uma resposta de lado: “Não encontrei, professora!” (Eu dizia isso nos anos 70!). É uma desculpa que não cabe mais.
Uma grande parte da população está diretamente ligada à tecnologia, portanto todo professor deve estar ciente disso, saber lidar com ela e trazê-la para a sala de aula. O docente deve ter o cuidado de estar bem preparado para cada item de sua aula e deve apresentar os conteúdos de forma que leve os alunos a pesquisar.
Segundo Belloni (1999), o futuro da educação, aliás que já chegou, estará (está) muito voltado tanto a atividades presenciais como a distância, sem mencionar aqueles completamente a distância. Então, o que precisamos ensinar aos discentes, e com urgência, é a serem estudantes autônomos, devem aprender a encontrar respostas sozinhos, por meio da pesquisa. Ensinar a pesquisar é o começo de tudo. Percebo que muitos alunos, mesmo universitários, não sabem pesquisar, nem sabem por onde começar. Portanto, desde as primeiras séries, os professores têm a obrigação de ensinar seus alunos a pesquisar, e devem fazer isso continuamente, pois percebo que os alunos são muito dependentes e isso será, e já é, uma problemática. Marcos Bagno, em seu livro Pesquisa na escola; como é, como se faz, afirma que não só os estudantes, mas também os professores são muito dependentes. Assim, antes de qualquer coisa, os professores precisam aprender a pesquisar, para poder transmitir aos alunos, para que estes se tornem aprendizes autônomos e possam usufruir melhor de tudo aquilo que a informática tem a lhes oferecer.
Já vi muitos professores que mandam os alunos pesquisarem e a única direção que dão é o assunto ou pergunta. Estes vão para casa, pedem ajuda aos pais, mas, por fim, são estes que fazem o trabalho, porque os alunos não sabem como o fazer, pois não receberam direções para tal, visto que os próprios professores não o sabem.
Belloni (1999, p. 7) diz: “Atores principais no teatro da educação do futuro: o professor coletivo e o estudante autônomo”. O professor coletivo chegou, mas e o estudante autônomo, a quantas anda?
Pais, professores, futuros professores…liguem-se…PESQUISA-AUTONOMIA são as palavras-chave.
E para o aluno: Se liga! Não fique esperando a resposta, vá atrás dela!
REFERÊNCIAS:
BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que é, como se faz. 12. ed. São Paulo: Loyola, 2002.
BELLONI, Maria Luiza. Educação a distância. Campinas: Autores Associados, 1999.
PRADO, Ricardo. Aprender sempre. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/aprender-sempre-423172.shtml>. Acesso em: 13 mar. 2011.