Figuras de linguagem: parte I

  • Post publicado:11/04/2011
Figuras de linguagem: parte I, De Olho no Texto

O que são figuras de linguagem?

Muitas vezes, entendemos o que um autor quer dizer sem nos dar conta que ele está usando uma figura de linguagem. Por exemplo, quando o autor diz: A lua sorriu para mim. Você sabia que essa frase contém uma figura de linguagem? Para ser mais exata uma “prosopopeia”. O que é uma prosopopeia? São características humanas dadas a um objeto: A lua sorriu – sorrir é uma característica de seres humanos. A lua não sorri, mas, na literatura, ela pode sorrir sim para mostrar o bem-estar da personagem que proferiu essa frase.

Outras vezes, a leitura de uma narrativa torna-se difícil porque não conhecemos as figuras de linguagem presentes na obra, causando-nos estranhamento. Que tal conhecê-las, então?

Abaixo descreverei algumas com alguns exemplos:

Metáfora

Quando fazemos uma comparação implícita, sem o uso da palavra “como”, e quando transferimos o sentido de um termo para outro, fazemos uso da metáfora.

Exemplos:

Sou de ferro.

Isso não significa que sou literalmente de ferro, mas sou forte como um. É uma metáfora.

Esta frase de Fernando Pessoa:

“Meu coração é um balde despejado”.

O que o autor quer dizer? Que seu coração é como se fosse um balde despejado, mas não é um. Está fazendo uma comparação para dar mais força em seu texto.

Metonímia

Quando dizemos frases como A presença do assunto “alienação” em Franz Kafka é muito forte, referimo-nos à obra de Kafka e não a pessoa em si. A metonímia, portanto, substitui um termo por outro. Em frases como: O homem pisou na lua, há, também, o uso da metonímia. Na verdade, o que queremos dizer é “Os astronautas pisaram na lua” – seria como uma generalização.

Perífrase

Quando usamos uma expressão ao invés do nome real. Ao trocarmos o nome de uma pessoa por uma característica marcante dela, estamos fazendo uso da perífrase.

Por exemplo:

Há problemas sérios com o país do futebol.

Qual é o país do futebol? O Brasil, todos sabem disso, é famoso por isso, assim como o país do carnaval – parece até um apelido.

O bruxo do Cosme Velho foi um dos maiores autores do realismo brasileiro.

De quem estou falando? De Machado de Assis, ele era chamado assim “o bruxo do Cosme Velho”.

O Cisne negro compôs belos poemas simbolistas.

Estamos falando de Cruz e Souza, grande poeta brasileiro nascido em Florianópolis.

Catacrese

Sabe aquelas expressões que usamos no dia a dia, tais quais: pé da mesa, dente de alho, céu da boca, cabeça de alfinete, etc.? São expressões que um dia foram metáforas, mas que perderam esse caráter e já fazem parte da linguagem denotativa, e não mais conotativa. Portanto, catacrese são figuras que deixaram de ser metáforas.

Nas próximas postagens, continuarei a falar desse assunto, pois há várias figuras de linguagem e guardar todas elas não é tarefa fácil. Doses homeopáticas, então.

Até a próxima! :-)

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