O que são figuras de linguagem?
Muitas vezes, entendemos o que um autor quer dizer sem nos dar conta que ele está usando uma figura de linguagem. Por exemplo, quando o autor diz: A lua sorriu para mim. Você sabia que essa frase contém uma figura de linguagem? Para ser mais exata uma “prosopopeia”. O que é uma prosopopeia? São características humanas dadas a um objeto: A lua sorriu – sorrir é uma característica de seres humanos. A lua não sorri, mas, na literatura, ela pode sorrir sim para mostrar o bem-estar da personagem que proferiu essa frase.
Outras vezes, a leitura de uma narrativa torna-se difícil porque não conhecemos as figuras de linguagem presentes na obra, causando-nos estranhamento. Que tal conhecê-las, então?
Abaixo descreverei algumas com alguns exemplos:
Metáfora
Quando fazemos uma comparação implícita, sem o uso da palavra “como”, e quando transferimos o sentido de um termo para outro, fazemos uso da metáfora.
Exemplos:
Sou de ferro.
Isso não significa que sou literalmente de ferro, mas sou forte como um. É uma metáfora.
Esta frase de Fernando Pessoa:
“Meu coração é um balde despejado”.
O que o autor quer dizer? Que seu coração é como se fosse um balde despejado, mas não é um. Está fazendo uma comparação para dar mais força em seu texto.
Metonímia
Quando dizemos frases como A presença do assunto “alienação” em Franz Kafka é muito forte, referimo-nos à obra de Kafka e não a pessoa em si. A metonímia, portanto, substitui um termo por outro. Em frases como: O homem pisou na lua, há, também, o uso da metonímia. Na verdade, o que queremos dizer é “Os astronautas pisaram na lua” – seria como uma generalização.
Perífrase
Quando usamos uma expressão ao invés do nome real. Ao trocarmos o nome de uma pessoa por uma característica marcante dela, estamos fazendo uso da perífrase.
Por exemplo:
Há problemas sérios com o país do futebol.
Qual é o país do futebol? O Brasil, todos sabem disso, é famoso por isso, assim como o país do carnaval – parece até um apelido.
O bruxo do Cosme Velho foi um dos maiores autores do realismo brasileiro.
De quem estou falando? De Machado de Assis, ele era chamado assim “o bruxo do Cosme Velho”.
O Cisne negro compôs belos poemas simbolistas.
Estamos falando de Cruz e Souza, grande poeta brasileiro nascido em Florianópolis.
Catacrese
Sabe aquelas expressões que usamos no dia a dia, tais quais: pé da mesa, dente de alho, céu da boca, cabeça de alfinete, etc.? São expressões que um dia foram metáforas, mas que perderam esse caráter e já fazem parte da linguagem denotativa, e não mais conotativa. Portanto, catacrese são figuras que deixaram de ser metáforas.
Nas próximas postagens, continuarei a falar desse assunto, pois há várias figuras de linguagem e guardar todas elas não é tarefa fácil. Doses homeopáticas, então. Até a próxima! :-)