Mais um pouco sobre Figuras de linguagem…
Silepse:
Autores renomados cometem “inadequações” gramaticais as quais são chamadas de licença à intelectualidade ou licença poética.
A silepse trata disso. A concordância verbal ou nominal, por exemplo, refere-se ao sentido que se quer dar e não à regra gramatical.
Veja este verso de Carlos Drummond de Andrade:
“Ficamos por aqui, insatisfeitos, os seus amigos.” O autor quer incluir-se nessa insatisfação.
Elipse:
É a omissão de um termo que se pode prever ou que está já subentendido.
Veja o exemplo:
De manhã, bem humorada; de tarde, uma malvada.
Nessa frase omiti a expressão “ela é”, mas que no contexto não faz falta, fica fácil de entender o que quero dizer. Houve, então, a elipse da expressão “ela é”.
Zeugma:
Figura parecida com a elipse, pois, também, trata da omissão de um termo, porém tal termo omitido foi anteriormente expresso. Exemplo:
Eu jogo tênis; meu marido, futebol.
Nesse caso houve a omissão do verbo “Jogar” – meu marido joga futebol.
Tudo verdadeiro até agora a não ser essas duas pequenas mentirinhas: eu não jogo mais tênis. Que pena! E meu marido não joga futebol…:-)
Um detalhe: ao omitirmos o verbo, usamos a vírgula.
Assíndeto:
Síndeto significa conjunção, conectivo. Se dissemos assíndeto, significa “sem conjunção”. Assíndeto, portanto, é uma figura de linguagem na qual omitimos as conjunções coordenativas entre elementos de uma oração. Exemplo:
Acordou; comeu frutas, pães, bolos; reclamou.
Houve a omissão da conjunção aditiva “e”.
O excesso de uso de síndetos, chamado de polissíndeto, é uma figura de linguagem da qual já falei aqui. Ela encontra-se em: Figuras de linguagem: parte III.