Mais Figuras de linguagem para você…
Gradação
Há gradação no texto quando dispomos termos em uma ordem crescente ou decrescente. Em uma ordem crescente, damos aquela sensação de se chegar ao clímax da cena. A decrescente, ao anticlímax.
A amizade, o amor, a paixão, o ódio, a destruição parecem beber da mesma fonte. (crescente – vai da calmaria ao caos).
Se disséssemos o contrário, seria, então, decrescente.
Apóstrofe
Não confundir com “apóstrofo” o sinal diacrítico (‘).
Apóstrofe é usada quando queremos nos dirigir a alguém em nossos textos. É uma “figura de chamamento”, dizem.
-“Ofendi-vos, meu Deus, é bem verdade”. (Gregório de Matos).
Gregório de Matos, o nosso grande poeta satírico barroco, chama a Deus nesse verso.
Polissíndeto
Da palavra “poli” que em grego significa “muito” e da palavra “síndeto” que vem do grego συνδετικος – sindetikós – que significa: conexão, ligação. Já deu para imaginar? Isso! Uma frase repleta de conjunções. Um bom exemplo é este trecho de Machado de Assis:
” E voava e zumbia, e zumbia, e voava…” Mosca azul, Machado de Assis.
Pleonasmo
Velho conhecido nosso. Aquelas repetições que usamos e são completamente desnecessárias. Como por exemplo, aquela frase que todos conhecem: “subir para cima”..:-) Depois todos dizem a mesma coisa: “Por quê? Por um acaso dá para subir para baixo?”..:-)
Esse seria o pleonasmo vicioso, aquele usado mais por desconhecimento da língua, digamos assim. Como está naquela figura no início deste texto (Lan house). Pior do que uma Lan House ter Internet, é um Cyber café não ter café…passei por vários assim. Que decepção! Nesse caso seria importante o aviso: Cyber Café com café!
Há autores, no entanto, que usam o pleonasmo para enfatizar uma ideia, como Camões neste verso:
“Vi, claramente visto, o lume vivo
Que a marítima gente tem por santo […] (Camões, os lusíadas, Canto V,18)
Falando em pleonasmo, adoro este vídeo do Marcius Melhem e do Leandro Hassum: Pleonasmo. Assistam, é bem engraçado…:-)